São quase incontáveis os números de tutoriais ensinando, demonstrando e apresentando temas básicos em tecnologia da informação aqui na internet.
Os primeiros passos são inúmeros em vídeos e tutorias nos dando a porta de entrada para um universo de possibilidades em diversas ferramentas e linguagens.
Ao contrario da abordagem em temas de entrada para iniciantes, artigos mais profundos com temas que exploram conceitos mais avançados, exigem maior dedicação e pesquisa em sua elaboração o que demanda mais tempo, algo valioso demais no mundo digital com as gigantes da tecnologia nos manipulando e brigando pela nossa atenção.
Considerando ainda o fato de estarmos no já denominado mundo liquido de mudanças rápidas, onde ferramenta e frameworks de hoje podem ficar ultrapassado em dias ou meses.
Se olharmos por outra esfera, a grande maiorias dos criadores de conteúdo técnico, produzem sempre o conteúdo de introdução e são raros os que se aprofundam que para um profissional já experiente e com domínio amplo, ensinar os primeiros passos demanda menos tempo de produção e atende bem o público que busca iniciar na carreira.
Se existe a demanda a oferta fica viável, portanto se a grande maioria da audiência – sejam iniciantes ou profissionais já no mercado – procuram por temos de funções básicas e tutoriais passo a passo de introdução, podemos dizer que ainda estamos fazendo o básico?
Indo mais a fundo para área de dados, seja BI, Analise de Dados e Ciência de Dados, os cursos e tutoriais em conceitos avançados são poucos em nosso idioma, pois ainda estamos fazendo o básico em nossos relatórios e analises?
Creio que a resposta seja SIM!
E por quê?
Porque nós fomos educados a apenas e ver Indicadores de Performance os famigerados KPIs, e somente isso, eles que importam!
Queremos ver a meta e se o objetivo proposto foi realizado, o KPI é direto, seja em um percentual, em valor decimal ou no gráfico, bateu o olho, esta lá!
Atribuo a isso o grande sucesso e popularidade do Microsoft Power BI aqui no Brasil, conectado em uma fonte de dados, rapidamente conseguimos criar nossos KPI e ver os olhos de quem precisar analisar e cobrar um bom desempenho ficarem fascinados com a dinâmica das consultas.
Mas isso é suficiente ? Muito se fala na cultura data driven, seria somente isso?
Creio que não. Além de fazermos o básico nos conformamos com ele, seja pelo mal gerenciamento de tempo ou pelas altas demandas exigidas em vários níveis, se debruçar sobre uma atividade exige vontade, organização e disciplina.
A multidisciplinaridade é imprescindível para o avanço em análises, entregar o tão almejado storytelling em relatórios de dados, exige conhecimento do tema e regras de negócios explicitas oriunda dos dados e ambiente que estamos atuando, em outra palavras compreender a regra de negócio do cliente.
A cultura data driven deve ir muito além de painéis bonitos, KPIs coloridos e filtros dinâmicos, deve ser a entrega de um ponto de conclusão onde a cada iteração e segmentação de dados, deve nos fazer refletir e abrir a porta pra tomada de decisão.
Será que nosso relatórios entregam dados com um roupagem bonita ou realmente abrem as portas para tomadas de decisão de gestores e nosso clientes ?